Nos últimos quatro anos, a grande imprensa ignorou a melhoria de vários indicadores econômicos da economia brasileira. Muitos economistas justificaram a “destruição” da economia brasileira, alegando a queda real do salário mínimo e do rendimento médio do trabalho. Para eles, o teto de gastos atingia as políticas sociais e havia a ampliação da “taxa de exploração do trabalho” desde o governo Temer. Em 2020, foi ressuscitada a tese do financiamento monetário do déficit público como solução viável sem riscos inflacionários. Recentemente, a PEC do Estouro trouxe como novidade a Moderna Teoria Monetária (MMT, em inglês) como justificava teórica para a irresponsabilidade fiscal.
Em menos de dois anos, o governo Temer (2016-18) promoveu importantes reformas como a lei do teto de gastos, a lei das Estatais e a reforma trabalhista. O teto de gasto determinou a definição de uma âncora fiscal necessária à eficácia da política monetária e a reforma trabalhista modernizou as negociações coletivas entre capital e trabalho restrita às regras da antiga CLT. No período 2019-22, a política econômica, comandada por Paulo Guedes e Roberto Campos Neto, trouxe a perspectiva da continuidade às reformas econômicas, após vários anos de políticas calcadas na elevação da carga tributária e da taxa de juros. Neste período, foi aprovada a autonomia do Banco Central e a autoridade monetária reduziu da continuamente a taxa Selic, chegando ao percentual histórico de 2% ao ano (até mar/21). Obteve importantes ganhos com a redução dos juros reais incidentes sobre a dívida pública. A seguir, reagiu rapidamente quando houve a aceleração inflacionária em 2021, elevando a taxa Selic até 13,75% e contraindo a expansão da base monetária nos anos subsequentes.
Igualmente, a autoridade fiscal, ao enfrentar um quadro econômico extremamente adverso - pandemia da Covid-19, seca, guerra entre a Rússia e a Ucrânia -, teve que combater o crescimento vertiginoso do déficit público em 2020, bem como a expansão do desemprego e da dívida bruta do Governo Central. Várias ações foram implementadas, tais como linhas de crédito às empresas, apoio ao emprego, compras de vacinas e equipamentos de saúde e transferências voluntárias em socorro aos governos subnacionais. Essas ações foram implementadas para atenuar os efeitos causados pela pandemia da Covid-19. Em 2022, ficou evidenciada a importância do corte de impostos com a aprovação da redução do ICMS sobre combustíveis e energia para 17%, apesar da pressão dos governadores. Também foi criado o Auxílio Brasil, programa de renda mínima bem mais robusto do que o anterior, iniciado em tempo recorde a partir de um valor emergencial concedido durante a pandemia.
Ao final de 2022, projeta-se superávits primários nos níveis de governo, o crescimento do PIB acima de 3% e a redução do patamar de desemprego. Tais indicadores são melhores do que a herança deixada pelos governos de esquerda após o rotundo fracasso do governo Dilma. A presente exposição apresenta um levantamento dos principais indicadores macroeconômicos do País, demonstrando sua evolução e tecendo comentários objetivos sobre os números alcançados. As fontes pesquisadas são os dados oficiais disponibilizados pelo Banco Central, pelo Tesouro Nacional e pelo IBGE. ##A ECONOMIA REAL
A taxa de crescimento do PIB brasileiro foi de 2,5% e 2,3% nos dois nos períodos do governo FHC, numa média de 2,4%. No governo Lula (2003-2010) a média foi de 4,1%, voltando a cair nos Governos Dilma/Temer para 0,3% (2011-2016). Os desacertos da política econômica encaminharam o Brasil para a maior recessão de sua história (7% em 2015-16), seguidos de anos em baixo crescimento (2017-2019). A partir de 2020, a economia mundial e o Brasil enfrentaram a pandemia da Covid-19, sendo que as cadeias produtivas paralisaram e o desemprego se elevou devido às políticas de fechamento adotadas na maioria dos países. Ao final de 2020, veio a queda expressiva do PIB no Brasil em -3,3%. Entre os anos de 2021 e 2022, houve a recuperação econômica. Quando o IBGE divulgou os dados relativos ao 3T de 2021, muitos analistas deram ênfase ao percentual do índice dessazonalizado que estava baixo em 0,1%. Contudo, economia brasileira alcançou um crescimento de 4,6% em 2021 (revisado para 5,0%). Em 2022, o PIB acumulado no ano já atinge 3,2%.
date | Despesa de consumo da administração pública | Despesa de consumo das famílias | Exportação de bens e serviços | Formação bruta de capital fixo | Importação de bens e serviços (-) | PIB a preços de mercado |
---|---|---|---|---|---|---|
2019 Q4 | -0.5 | 2.6 | -2.6 | 4.0 | 1.3 | 1.2 |
2020 Q1 | 0.1 | 0.3 | -3.1 | 6.1 | 6.2 | 0.4 |
2020 Q2 | -3.9 | -5.5 | -1.5 | -4.8 | -4.0 | -4.9 |
2020 Q3 | -4.1 | -5.4 | -1.5 | -6.2 | -11.6 | -4.3 |
2020 Q4 | -3.7 | -4.6 | -2.3 | -1.7 | -9.5 | -3.3 |
2021 Q1 | -2.9 | -1.3 | 1.0 | 15.7 | 6.9 | 1.7 |
2021 Q2 | 2.0 | 4.1 | 8.1 | 23.2 | 12.9 | 6.8 |
2021 Q3 | 3.1 | 4.3 | 6.7 | 21.7 | 15.4 | 6.0 |
2021 Q4 | 3.5 | 3.7 | 5.9 | 16.5 | 12.0 | 5.0 |
2022 Q1 | 3.9 | 2.5 | 8.7 | -6.4 | -10.6 | 2.4 |
2022 Q2 | 2.4 | 4.1 | 1.3 | -2.5 | -5.9 | 3.1 |
2022 Q3 | 1.9 | 4.3 | 3.6 | 0.0 | -0.5 | 3.2 |
#INFLAÇÃO
Entre 2014 e 2015 a inflação subiu de 6,4% para 10,7%, caindo para 6,3% em 2016 devido à política monetária contracionista, com a taxa Selic atingindo para 14,25% ao ano. Ao longo de 2021, o IPCA volta a se acelerar, atingindo 10,7%, fortemente influenciado pela alta dos preços dos alimentos e dos transportes. Em 2022, a inflação mensal, medida pelo IPCA, apresentou três deflações nos meses de julho (-0,68%), a maior da série histórica iniciada em 1980, agosto (-0,36%) e setembro (-0,29%) do corrente ano, voltando a subir em em outubro e novembro.
A trajetória da inflação dos principais grupos do IPCA (em 12 meses) está exposta abaixo. Note-se que a desaceleração da inflação, a partir de julho do ano corrente, está ligada à queda dos preços dos combustíveis e à imposição do teto do ICMS para os combustíveis. No entanto, os preços dos alimentos, vestuário e saúde continuam elevados em relação aos demais no mês de novembro.
Meses | Transporte | Alimentação | Habitação | Saúde | Educação | Comunicação | |
---|---|---|---|---|---|---|---|
12 | 2020-12-01 | 1.03 | 14.11 | 5.27 | 1.50 | 1.13 | 3.43 |
13 | 2021-01-01 | 1.12 | 14.83 | 3.58 | 2.15 | 1.10 | 3.33 |
14 | 2021-02-01 | 3.67 | 15.01 | 4.40 | 2.04 | -0.08 | 2.97 |
15 | 2021-03-01 | 8.59 | 13.88 | 5.11 | 1.81 | -1.19 | 2.86 |
16 | 2021-04-01 | 11.47 | 12.32 | 5.45 | 3.25 | -1.15 | 3.15 |
17 | 2021-05-01 | 14.94 | 12.54 | 7.59 | 4.13 | -1.11 | 3.12 |
18 | 2021-06-01 | 15.05 | 12.60 | 8.73 | 4.30 | -1.11 | 2.23 |
19 | 2021-07-01 | 15.90 | 13.27 | 11.21 | 3.17 | -0.81 | 1.83 |
20 | 2021-08-01 | 16.63 | 13.95 | 11.57 | 2.61 | 3.04 | 1.39 |
21 | 2021-09-01 | 17.93 | 12.55 | 14.00 | 3.68 | 3.12 | 1.31 |
22 | 2021-10-01 | 19.60 | 11.71 | 14.77 | 3.79 | 3.23 | 1.64 |
23 | 2021-11-01 | 21.98 | 8.90 | 15.45 | 3.33 | 3.27 | 1.44 |
24 | 2021-12-01 | 21.04 | 7.93 | 13.05 | 3.69 | 2.83 | 1.39 |
25 | 2022-01-01 | 20.42 | 8.03 | 14.45 | 3.74 | 2.95 | 2.43 |
26 | 2022-02-01 | 18.27 | 9.12 | 14.61 | 3.58 | 6.09 | 2.86 |
27 | 2022-03-01 | 17.37 | 11.61 | 15.00 | 4.51 | 6.81 | 2.88 |
28 | 2022-04-01 | 19.71 | 13.46 | 13.44 | 5.11 | 6.83 | 2.88 |
29 | 2022-05-01 | 19.93 | 13.50 | 9.56 | 5.37 | 6.81 | 3.41 |
30 | 2022-06-01 | 20.13 | 13.92 | 8.81 | 6.14 | 6.85 | 3.70 |
31 | 2022-07-01 | 12.99 | 14.72 | 4.43 | 7.36 | 6.72 | 3.64 |
32 | 2022-08-01 | 7.61 | 13.41 | 3.83 | 8.81 | 7.07 | 2.27 |
33 | 2022-09-01 | 3.60 | 11.70 | 1.85 | 9.00 | 7.21 | 0.07 |
34 | 2022-10-01 | 1.54 | 11.20 | 1.14 | 9.84 | 7.34 | -0.94 |
35 | 2022-11-01 | -0.94 | 11.83 | 0.62 | 10.49 | 7.34 | -1.17 |
#DESEMPREGO
A figura abaixo demonstra a evolução da taxa de desemprego. A taxa de desocupação vem decaindo continuamente conforme indica a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE. A taxa de desocupação, que mede o desemprego, segue em queda e atingiu 8,3% no trimestre encerrado em outubro, sendo a menor taxa em 8 anos.
#INDICES DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL
Com dados fechados para 2021, a produção industrial do IBGE (PIM) mostrou uma expansão de 3,9% no índice acumulado anual, destacando-se as atividades de máquinas e equipamentos (24,1%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (20,3%). Em 2022, o índice de produção industrial vem apresentando uma trajetória descendente iniciada em abril de 2022, em especial na indústria de bens de consumo duráveis.
Categorias | Acum.out/21 | Acum.out/22 | |
---|---|---|---|
2 | 1 Bens de capital | 33.7 | -0.5 |
3 | 2 Bens intermediários | 4.6 | -0.7 |
4 | 3 Bens de consumo | 2.2 | -1.2 |
5 | 31 Bens de consumo duráveis | 7.2 | -3.7 |
6 | 32 Bens de consumo semiduráveis e não duráveis | 1.0 | -0.6 |
7 | 9 Bens não especificados anteriormente | -3.3 | 0.8 |
Os índices da PIM, por atividades industriais, podem ser observados nos gráficos abaixo.
#INDICES DO COMÉRCIO VAREJISTA BRASIL E SERVIÇOS
O índice de volume do comércio varejista divulgado pelo IBGE apresenta recuperação nós últimos três meses em vários estados selecionados, sendo que o crescimento das atividades econômicas vem sendo puxado pelo setor de serviço.
#RESULTADO PRIMÁRIO CONSOLIDADO (abaixo da linha, em % do PIB)
Houve sucessivos superávits primários entre os anos de 2002 e 2013, passando a ser deficitário ao final de 2014 (0,6% do PIB). Em 2015, ele subiu para 1,9% do PIB, chegando até 2,5% 2016. Ao final do governo Temer, o déficit foi reduzido para 1,6% do PIB em 2018. Em virtude a pandemia da Covid-19, ocorreu a histórica elevação para 9,4% em 2020. No ano seguinte, registrou-se um resultado positivo de 0,75% do PIB. Mesmo com a guerra entre a Rússia e Ucrânia, que impactou a economia mundial, estima-se a realização de superávit em 2022 (1,82% do PIB em outubro em 12 meses).
#PRIMÁRIO, JUROS NOMINAIS E RESULTADO NOMINAL (abaixo da linha, em % do PIB)
Em 2020, o déficit nominal atingiu a 13,60% do PIB decorrente da forte elevação do déficit primário para 9,41% do PIB. Os juros nominais custaram 4,18% do PIB, sendo 3,58% relativo ao Governo Central. Os juros nominais tiveram uma trajetória de profunda redução entre 2018 e março de 2021. A menor despesa com juros incidentes sobre a dívida pública foi o fato positivo dos resultados fiscais divulgados em 2020.
Em 2021, ocorreu o inédito superávit primário do setor público consolidado, algo que não acontecia desde 2013, atingindo o montante de 64,7 bilhões ou 0,75% do PIB. Em valores nominais, o Governo Central reduziu sua situação deficitária de R$ 745,2 bilhões em 2020 para 35,8 bilhões em 2021. Fundamental para essa significativa melhoria do resultado primário, medido pelo PIB, foi a elevação das receitas primárias devido à inflação e à redução de gastos decorrentes da pandemia da Covid-19. Em 2022, o superávit primário consolidado já alcançou 1,82% do PIB nos 12 meses acumulados até outubro.
#RESULTADO PRIMÁRIO POR NÍVEL DE GOVERNO (R$ bilhões)
Coube ao Governo Central arcar com a maioria dos gastos decorrentes da Covid-19 no biênio 2020-21. O Governo Central elevou seu endividamento bruto com a emissão de títulos federais, financiando as políticas sociais e atenuando os efeitos da pandemia. Paralelo à enorme elevação dos déficits da União em 2020, os governos subnacionais apresentaram resultados positivos, aumentando as receitas fiscais pela incidência da inflação na atividade econômica, somada à injeção financeira distribuída pela União em nome do combate à pandemia.
Analisando-se a série histórica da NFSP do Bacen, por nível de governo, evidencia-se a melhoria da situação fiscal dos governos subnacionais. Tais governos, além de apresentarem superávits primários desde 2020, também registraram resultados nominais positivos em 2021 e 2022. Até outubro/22, o superávit primário alcançou 50,5 bilhões (0,53% do PIB) para estados e 35,7 bilhões (0,39% do PIB) para os municípios. Em valores acumulados entre 2020 e 2022, tal superávit atinge R$ 222,6 bilhões. Em resumo, os fatores determinantes para a melhoria fiscal desses governos foram os seguintes: (i) o expressivo apoio financeiro concedido pelo Governo Federal durante a pandemia; (ii) o congelamento das despesas com pessoal no biênio 2020-21 e a suspensão de parcelas da dívida refinanciada com a União, fruto da Lei Complementar n.º 173/2020, de 20/05/20; e (iii) a expansão inflacionária entre os meados de 2019 e ao longo de 2021.
#DÍVIDA LÍQUIDA DO SETOR PÚBLICO
O crescimento da dívida líquida do setor público é decorrente da acumulação de juros nominais e da taxa Selic elevada, bem como dos déficits primários acumulados pelo Governo Central. As variações dos ativos cambiais ajudam a atenuar o montante de sua expansão. A partir de 2014, sua evolução tem sido ascendente.
#DÍVIDA LÍQUIDA POR NÍVEL DE GOVERNO (em % do PIB)
A situação dos governos subnacionais é oposta ao do Governo Central no que tange ao endividamento líquido.
#DÍVIDA BRUTA DO GOVERNO GERAL (em % do PIB)
A política monetária no Brasil é caracterizada por manter o juro básico da economia — a taxa Selic — em patamar elevado durante décadas, contribuindo para a elevação da dívida bruta devido à incorporação crescente de juros nominais. Desde a implantação do Plano Real, ela oscilou, em termos nominais, de 53,1% ao ano em 1995 até uma taxa histórica de 2% ao ano no período agosto/20 a março/21, voltando a se elevar até a taxa vigente de 13,75%. Fazendo-se um balanço dos últimos 16 anos (2006–21), as estatísticas do Banco Central revelam que a dívida bruta saltou de R$ 1,3 trilhão em 2006 (55,5% do PIB) para 6,6 trilhões ao final de 2020 (88,6% do PIB) e para 6,9 trilhões em 2021 (80,3%). Há um importante recuo a partir daí, demonstrando a orientação da política fiscal em conter essa expansão.
Os fatores que condicionaram à sua expansão são: a incorporação de juros nominais (4,9 trilhões); as emissões líquidas de títulos mobiliários (373 bilhões); o reconhecimento de dívidas e/ou privatizações (58 bilhões); e a política cambial de compra de reservas internacionais (262 bilhões). Assim, a incorporação de juros nominais é responsável por 88% da expansão da dívida bruta. Esses juros alcançam uma média de 6% do PIB, com uma estimativa de custo médio na ordem de 10,6% ao ano, expressa em uma Selic média nominal de 9,3% ao ano para o período em questão. Em resumo, observando-se o Gráfico abaixo, percebe-se que a dívida bruta consolidada pulou de 51,5% do PIB em 2013 para 56,3% do PIB em 2014. Ao final de 2016, ainda atingiria 69,8% do PIB, crescendo até chegar em 88,6% em 2020. Entre os anos de 2021 e 2022, a dívida bruta vem apresentando redução (76,8% do PIB em outubro/22). A PEC do Estorno, uma vez aprovada, retomará a trajetória de endividamento e taxa Selic elevada.
#CONTAS EXTERNAS (US$ milhões)
O resultado das transações correntes ficou negativo em 2021, totalizando US$ 46.4 bilhões. A última vez em que o resultado ficou positivo ocorreu no boom global das commodities, quando o Brasil obteve superávits por quatro anos consecutivos entre 2003 e 2006. Note-se que a acumulação de Reservas Internacionais, que ajudaram a elevar a dívida bruta do Governo Central, apresenta uma queda em novembro de 2022 (US$ 331.5 bilhões) comparativamente ao alcançado em dezembro de 2021 (362.2 bilhões).
Balança Comercial | Transações Correntes | Reservas Internacionais | |
---|---|---|---|
2002-12-01 | 12,003.7 | -9,407.0 | 37,823 |
2003-12-01 | 23,576.1 | 2,193.3 | 49,296 |
2004-12-01 | 32,283.7 | 8,959.3 | 52,935 |
2005-12-01 | 43,721.5 | 11,679.4 | 53,799 |
2006-12-01 | 45,177.9 | 10,774.0 | 85,839 |
2007-12-01 | 38,498.2 | -2,753.8 | 180,334 |
2008-12-01 | 23,506.8 | -35,601.7 | 193,783 |
2009-12-01 | 24,790.2 | -29,328.3 | 238,520 |
2010-12-01 | 18,357.9 | -86,717.8 | 288,575 |
2011-12-01 | 27,525.1 | -83,576.2 | 352,012 |
2012-12-01 | 16,908.5 | -92,678.3 | 373,147 |
2013-12-01 | 368.9 | -88,384.2 | 358,808 |
2014-12-01 | -6,739.2 | -110,493.5 | 363,551 |
2015-12-01 | 17,444.9 | -63,408.8 | 356,464 |
2016-12-01 | 44,543.6 | -30,529.3 | 365,016 |
2017-12-01 | 57,325.0 | -25,337.5 | 373,972 |
2018-12-01 | 43,372.7 | -54,794.1 | 374,715 |
2019-12-01 | 26,546.7 | -68,021.5 | 356,884 |
2020-12-01 | 32,369.4 | -28,207.6 | 355,620 |
2021-12-01 | 36,363.4 | -46,357.9 | 362,204 |
2022-10-01 | 37,131.5 | -44,039.3 | NA |
2022-11-01 | NA | NA | 331,505 |
#INVESTIMENTO DIRETO NO PAÍS (US$ milhões)
O ingresso líquido em Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 46.44 bilhões em 2021, aumentando 23% em relação a 2020 (37.8 bilhões). Esse resultado ajudou para cobrir o saldo negativo em transações correntes. Até outubro/22, o ingresso é bem signiticativo em relação a 2021, atingindo US$ 73.9 bilhões de dólares.
Part.capital.total | Oper.Intercompanhia | IDP | |
---|---|---|---|
2000-12-01 | 30,016.3 | 2,978.4 | 32,994.7 |
2001-12-01 | 18,764.9 | 4,461.0 | 23,225.9 |
2002-12-01 | 17,118.2 | -531.5 | 16,586.7 |
2003-12-01 | 9,320.1 | 802.8 | 10,122.9 |
2004-12-01 | 18,570.3 | -408.8 | 18,161.5 |
2005-12-01 | 15,045.0 | 415.0 | 15,460.0 |
2006-12-01 | 15,372.7 | 4,045.4 | 19,418.1 |
2007-12-01 | 26,074.3 | 18,505.0 | 44,579.3 |
2008-12-01 | 30,063.8 | 20,652.5 | 50,716.3 |
2009-12-01 | 19,906.6 | 11,574.6 | 31,481.2 |
2010-12-01 | 68,919.7 | 13,470.4 | 82,390.1 |
2011-12-01 | 85,976.3 | 16,450.7 | 102,427.0 |
2012-12-01 | 70,027.5 | 22,540.9 | 92,568.4 |
2013-12-01 | 36,864.9 | 38,346.3 | 75,211.2 |
2014-12-01 | 48,674.2 | 39,039.9 | 87,714.1 |
2015-12-01 | 41,887.6 | 22,850.6 | 64,738.2 |
2016-12-01 | 48,854.2 | 25,440.6 | 74,294.8 |
2017-12-01 | 63,999.4 | 4,886.3 | 68,885.7 |
2018-12-01 | 57,322.4 | 20,840.2 | 78,162.6 |
2019-12-01 | 63,631.3 | 5,543.1 | 69,174.4 |
2020-12-01 | 33,576.9 | 4,209.3 | 37,786.2 |
2021-12-01 | 46,885.5 | -446.2 | 46,439.3 |
2022-10-01 | 57,002.6 | 16,950.7 | 73,953.3 |
#FLUXO DO CÂMBIO CONTRATADO (US$ milhões)
O fluxo cambial reflete os resultados das áreas financeira (investimentos de estrangeiros, aportes em ações da Bolsa ou demais ativos) e da comercial (exportação menos importações). Enquanto 2020, houve a saída líquida de 27.9 bilhões pelo câmbio contratado, o terceiro ano seguido de perda de recursos, explicado pela forte desvalorização do real ocorrida em 2020. Foi a segunda maior saída de recursos pelo canal financeiro, ante 44.7 bilhões em 2019. O País registrou saída líquida de dólares de 51.1 bilhões pela via financeira, a qual foi compensada pela entrada líquida de 23.2 bilhões do lado comercial (exportações menos importações), incentivada pela maior demanda global por commodities.
Em 2021, incentivado pelo câmbio favorável, o saldo comercial acumulado do ano atingiu 9.8 bilhões, enquanto a saída líquida foi estancada. Disso resulta um fluxo cambial positivo de 6.1 bilhões no período, revertendo o quadro negativo verificado desde 2012. Pela série histórica do Banco Central, iniciada em 1982, desde 2012 o País não registra entrada líquida de investimentos estrangeiros (via financeira). Naquele ano, o Brasil recebeu 8.4 bilhões a mais do que foi retirado do País. O resultado positivo de 2012 antecedeu uma deterioração na conta financeira do País, na esteira dos desequilíbrios das contas públicas, intensificados justamente naquele governo. Em oito anos, de 2013 a 2020, os estrangeiros retiraram US$ 318.9 bilhões líquidos do Brasil. Em 2021, mesmo com a retirada de recursos, o volume foi bem menor no valor de 3.7 bilhões. Em 2022, até agora o saldo é bem superior ao do ano anterior.
Fluxo.comercial | Fluxo.Financeiro | Cambio.Contratado | |
---|---|---|---|
1982-12-01 | 2,211 | -9,754 | -7,543 |
1983-12-01 | 6,638 | -12,522 | -5,884 |
1984-12-01 | 11,113 | -12,165 | -1,052 |
1985-12-01 | 13,192 | -12,051 | 1,141 |
1986-12-01 | 10,298 | -14,752 | -4,454 |
1987-12-01 | 13,355 | -9,244 | 4,111 |
1988-12-01 | 19,106 | -12,943 | 6,163 |
1989-12-01 | 16,742 | -14,583 | 2,159 |
1990-12-01 | 13,869 | -10,548 | 3,321 |
1991-12-01 | 14,749 | -7,815 | 6,934 |
1992-12-01 | 20,738 | 32 | 20,770 |
1993-12-01 | 15,964 | 2,508 | 18,472 |
1994-12-01 | 16,728 | 1,077 | 17,805 |
1995-12-01 | 11,596 | 4,204 | 15,800 |
1996-12-01 | 8,731 | 15,096 | 23,827 |
1997-12-01 | -2,661 | 17,010 | 14,349 |
1998-12-01 | 3,832 | 6,469 | 10,301 |
1999-12-01 | 8,736 | -14,718 | -5,982 |
2000-12-01 | 5,629 | 6,320 | 11,949 |
2001-12-01 | 10,790 | -7,639 | 3,151 |
2002-12-01 | 20,328 | -24,210 | -3,882 |
2003-12-01 | 28,355 | -25,977 | 2,378 |
2004-12-01 | 36,672 | -24,748 | 11,924 |
2005-12-01 | 51,773 | -32,463 | 19,310 |
2006-12-01 | 57,598 | -20,326 | 37,272 |
2007-12-01 | 76,745 | 10,710 | 87,455 |
2008-12-01 | 47,901 | -48,884 | -983 |
2009-12-01 | 9,923 | 18,807 | 28,730 |
2010-12-01 | -1,649 | 26,005 | 24,356 |
2011-12-01 | 43,948 | 21,328 | 65,276 |
2012-12-01 | 8,374 | 8,380 | 16,754 |
2013-12-01 | 11,138 | -23,394 | -12,256 |
2014-12-01 | 4,136 | -13,425 | -9,289 |
2015-12-01 | 25,485 | -16,071 | 9,414 |
2016-12-01 | 47,309 | -51,559 | -4,250 |
2017-12-01 | 52,923 | -52,301 | 622 |
2018-12-01 | 47,738 | -48,735 | -997 |
2019-12-01 | 17,476 | -62,243 | -44,767 |
2020-12-01 | 23,250 | -51,174 | -27,924 |
2021-12-01 | 9,800 | -3,667 | 6,133 |
2022-11-01 | 34,740 | -12,686 | 22,054 |
#FATORES CONDICIONANTES DA BASE MONETÁRIA DO BANCO CENTRAL (R$ bilhões)
Diferentemente do que se observou por décadas no Brasil, a política monetária executada, no período 2019-22, teve o grande mérito de reduzir a taxa Selic até 2% ao ano até março de 2021, evidenciando ganhos relevantes com a redução dos juros reais. A taxa Selic começou a se elevar a partir de março de 2021, quando a inflação já dava sinais de elevação. Já havia a pressão do mercado financeiro pela elevação da taxa básica de juros ao final de 2020.
A manutenção da taxa Selic baixa ficou difícil devido à aceleração inflacionária, causada pelo câmbio e pela paralisia econômica que afetou as diversas cadeias produtivas ao longo de 2020. Houve uma enorme pressão para o retorno dos juros reais positivos, indicando que o mercado financeiro depende de uma curva de juros futuros elevada. Para comprovar essa afirmação basta olhar as estatísticas do Banco Central e as reiteradas críticas advindas dos analistas de mercado visando à elevação da “taxa neutra” de juros. Os fatores condicionantes da base monetária referem-se aos fluxos acumulados de políticas fiscais e monetárias que afetam a liquidez na economia num dado período considerado. Em 2018, a base monetária era 302,0 bilhões e saltou para 431,5 bilhões ao final de 2020 devido aos impulsos fiscais e monetários expansionistas, necessários ao combate da pandemia da Covid-19 e a manutenção da renda e da emprego na economia.
A partir de março de 2021, seguiu-se a elevação da taxa de Selic (de 2% até 13,75%) e a contração monetária nos dois anos seguintes, atingindo 398,6 bilhões em outubro de 2022. No período acumulado 2019-22 (até outubro), os fatores de expansão da base monetária foram a conta do Tesouro Nacional com os estímulos fiscais (474,7 bilhões) e as linhas temporárias de liquidez (41,7 bilhões). As operações com títulos federais resultaram em contração, havendo colocações líquidas de R$ 198,9 bilhões no mercado primário (Tesouro) e compras líquidas de 196,9 bilhões no secundário (BACEN), resultando em uma movimentação líquida de -3,0 bilhões em títulos. Ainda no sentido contracionista, destacam-se as operações do mercado externo (-306,2 bilhões), o depósito de instituições financeiras (-4,9 bilhões) e outras contas (-107,2 bilhões).
Portanto, a rápida e forte elevação da taxa Selic e a contração da oferta monetária efetivada pelo Banco Central foram relevantes para a conter a expansão inflacionária verificada em 2021-22. Tal expansão foi decorrente da queda abrupta da economia em 2020 e da consequente desarticulação das cadeias produtivas, além dos impulsos fiscais e monetários realizados pelo Tesouro Nacional e Banco Central que afetaram a base monetária.
Saldo Base Monetária | Conta Única | Mercado Secundário | Mercado Primário | Op. Setor Externo | Redesconto | Linhas de Liquidez | Depósitos IF | Oper. derivativos | Outras Operações | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
2014-12-01 | 263.53 | -0.67 | NA | NA | 16.27 | 0.00 | NA | 56.16 | 17.33 | 1.23 |
2015-12-01 | 255.29 | 59.67 | -0.54 | -123.48 | -15.04 | 0.00 | NA | -24.74 | 89.66 | 6.23 |
2016-12-01 | 270.29 | 12.28 | 0.37 | 31.90 | 32.53 | 0.00 | NA | 6.09 | -75.56 | 7.42 |
2017-12-01 | 296.76 | 52.13 | 84.38 | -111.17 | 1.40 | 0.00 | NA | 0.87 | -7.03 | 5.90 |
2018-12-01 | 302.05 | -44.49 | 2.39 | 32.70 | -17.35 | 0.01 | NA | 13.99 | 15.13 | 2.91 |
2019-12-01 | 316.59 | -89.30 | 243.05 | -15.72 | -141.17 | -0.01 | NA | 16.69 | 7.64 | -6.63 |
2020-12-01 | 431.54 | 704.19 | -264.57 | -365.46 | -117.73 | 0.00 | 67.24 | 69.83 | 40.80 | -19.34 |
2021-12-01 | 409.18 | -81.29 | 303.98 | -121.55 | -36.63 | 0.04 | -52.77 | -26.06 | 22.32 | 92.15 |
2022-10-01 | 398.58 | -58.94 | -88.59 | 305.84 | -10.66 | -0.05 | 27.05 | -55.58 | -78.89 | 15.30 |