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Nos últimos anos, a disseminação de pesquisas eleitorais pelos veículos de comunicação tem aumentado significativamente. Estas pesquisas fornecem informações de interesse geral, especialmente para o mercado financeiro e partidos políticos. Uma novidade é que instituições financeiras passaram a financiar novos institutos, buscando oferecer informações privilegiadas aos seus clientes e, indiretamente, à sociedade.
No entanto, um dos aspectos mais evidentes nas eleições é a ocorrência de erros de previsão por parte dos institutos de pesquisa. Em 2018, o então candidato à presidência, Jair Bolsonaro, foi erroneamente indicado como perdedor em todos os cenários de segundo turno. Em 2020, o Datafolha previu incorretamente as vitórias de Marília Arraes para a Prefeitura do Recife e de Manuela D’Avila em Porto Alegre, pouco antes das eleições municipais. Em 2022, o líder das pesquisas para presidente, que evitava eventos públicos, foi manchete na Folha de São Paulo como virtual vencedor no primeiro turno.
A proliferação de pesquisas também influencia a pauta dos meios de comunicação, servindo como instrumento para unificação do discurso eleitoral, inflando ou fustigando candidaturas conforme os interesses desses veículos. Durante a pandemia de Covid-19, um consórcio de imprensa conseguiu centralizar as redações dos grandes jornais em torno de objetivos políticos comuns, transformando o jornalismo tradicional em uma militância ativa e comprometendo sua isenção investigativa.
As críticas à utilização de pesquisas eleitorais são recorrentes, especialmente por tentarem induzir o voto e por promoverem a polarização entre candidaturas de maior densidade eleitoral, reduzindo o debate político à mera divulgação de flutuações nas intenções de voto. Fora da retórica política, as pesquisas de opinião são vistas como científicas e robustas, embora poucos conheçam sua base metodológica e critérios de transparência. A principal crítica é sua utilização para induzir o voto do “eleitor médio”, fragilizando o processo democrático.
O sociólogo Pierre Bourdieu observou que a pesquisa de opinião é um instrumento de ação política, cuja função é impor a ideia de que existe uma “opinião pública” constituída. Essas pesquisas são baseadas em postulações questionáveis, como:
• A existência de uma opinião pública formada;
• A possibilidade de tipificar uma distribuição estatística do voto do eleitor médio;
• A homogeneidade de todas as opiniões;
• A representatividade da amostra;
• A neutralidade e objetividade das pesquisas, livres de interesses privados.
Essas postulações explicam os erros de previsão dos resultados eleitorais, mesmo com rigor metodológico e certa transparência. Questionar a validade das pesquisas apenas do ponto de vista estatístico é insuficiente; é necessário reavaliar as postulações embutidas em sua construção e reconhecer os efeitos dos conflitos de interesses. Há indícios de que alguns partidos políticos compram pesquisas para criar uma falsa hegemonia de seus candidatos, o que afronta qualquer regra eleitoral.
Supor que a opinião pública está formada antes da eleição ignora a dimensão dos eleitores indecisos, das não respostas e da dinâmica eleitoral até a decisão de voto. A exposição contínua de percentuais de voto na grande imprensa cria falsas expectativas sobre os resultados eleitorais, desviando o debate para candidaturas com maior poder econômico ou maior visibilidade nas respostas afirmativas. As pesquisas não captam votos não válidos ou mudanças de intenções de voto próximas à eleição, ajustando-se apenas nas pesquisas de boca de urna ou divulgando empates técnicos para não comprometer o instituto de pesquisa.
Portanto, o jogo de percentuais tende a impor a convicção de uma distribuição majoritária de intenções de voto, sugerindo que a opinião pública está consolidada em um patamar específico. Isso reduz a consciência política do cidadão à evolução repetitiva de índices, fazendo o voto flutuar como ações na bolsa de valores, guiadas por um “leiloeiro walrasiano”. Simplifica-se a relação dos eleitores com os partidos, centrando o debate político na reafirmação ou crítica de números estatísticos, enquanto o conteúdo programático e as futuras ações de governo só serão observadas após a posse do vencedor. A suposição de neutralidade das pesquisas eleitorais, devido à objetividade metodológica, é um exercício positivista que ignora a dimensão mercantil e os interesses estabelecidos entre partidos políticos, corporações de mídia e contratantes de pesquisas. Os institutos de pesquisa operam em um ambiente de alto poder econômico e não são isentos de narrativas de grupos de interesse. Em uma economia de mercado, os interesses coletivos buscam guiar a formação da opinião pública, impondo uma ideologia à sociedade.
Apesar de muitos eleitores terem suas intenções de voto influenciadas por formadores de opinião, a racionalidade e subjetividade individuais também desempenham um papel importante. A liberdade de expressão e a livre concorrência são essenciais para garantir uma opinião pública informada e reduzir a carga de juízos valorativos.
Para concluir, é necessário impor regras de responsabilização às empresas que produzem falsas pesquisas, evitando que interesses corporativos prevaleçam sobre os da sociedade. As pesquisas de opinião são instrumentos de ação política que ainda influenciam eleitores indecisos e sem capital cultural. O exercício da consciência crítica nas mídias sociais deve garantir liberdade individual e de informação, sem imposição de uma verdade coletiva. A melhor forma de reduzir juízos valorativos é através da liberdade de expressão e da livre concorrência.
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