O elevado déficit fiscal do Governo Central em 2020

Em 2020, as fortes elevações do déficit primário (R$ 743,1 bilhões) e da dívida bruta — 89,3% do PIB — expõem o enorme quadro de dificuldades fiscais do setor público brasileiro, em especial do Governo Central. Este déficit, calculado pelo Tesouro Nacional, é assim composto: R$ -484,0 bilhões do Tesouro Nacional mais Banco Central, e R$ -259,1 bilhões da Previdência Social. O gasto previdenciário cresceu 18,7% em termos reais, enquanto as despesas primárias tiveram uma expansão de 31,1%, ante uma queda da receita líquida de -13,5%.

A pandemia da Covid-19 freou a recuperação da economia brasileira que vinha acontecendo ao final de 2019. A situação financeira dos governos subnacionais foi atenuada, pois, esses receberam R$ 78,2 bilhões de apoio financeiro da União e tiveram garantias honradas em empréstimos contratados — R$ 13,3 bilhões para os estados e R$ 66,0 milhões, os municípios —, sem contar as transferências adicionais realizadas ao Sistema de Saúde em virtude da pandemia e a suspensão do pagamento do serviço das dívidas refinanciadas com a União em 2020.

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