Muito se tem acusado o Governo Federal pelos gastos excessivos, que passaram de menos de 10% do PIB em 1991 para mais de 17% em 2007, percentual esse que seria bem maior não fossem as alterações nos critérios de cálculo do produto.
O mais grave, ainda, é o fato de esse crescimento ser representado basicamente por gastos correntes, já que os investimentos, além de reduzidos, são declinantes, pois passaram de 1,2% do PIB para apenas 0,4% no mesmo período. Essa é uma tendência histórica que se acentuou no período 2004-2007, quando o crescimento real das despesas primárias, isto é, sem os juros, ultrapassou 9%, acompanhando a evolução da receita que apresentou comportamento semelhante.
Entretanto, no primeiro semestre do corrente ano em relação a igual período do ano anterior, a situação modificou-se e para melhor, pois o crescimento real dos gastos primários foi de 4,5% e o da receita, de 10,2%, propiciando uma expansão de 37% do resultado primário, que é a poupança feita para o pagamento dos juros da dívida, com uma parcela destinada à formação do fundo soberano. A maioria das grandes despesas, como pessoal e benefícios previdenciários, apresentou crescimento bem inferior ao da receita. As que apresentaram índices superiores ao da receita têm pouca representatividade na despesa total. Tudo estaria muito bem, se não fosse a reduzida realização dos investimentos por parte do Governo Central, de apenas 2,43% da dotação par ao exercício!