Os novos conservadores

 

“As coisas que um governante faz para se manter no poder não necessariamente são aquelas que fazem o país progredir mais.” Esse comentário é atribuído a uma alta fonte palaciana, segundo Gustavo Franco e Fabio Giambiagi, em livro publicado recentemente.
Quando se ouve as declarações dos principais líderes do PT contra as reformas, constata-se que essa frase  tem procedência, embora não revele seu autor.
 Não querem saber de reforma da previdência, quando somente o governo federal apresentou até outubro um déficit no Regime Geral de R$ 88 bilhões, com um crescimento de 73% em relação ao mesmo período do ano anterior. No regime próprio dos servidores, o déficit foi de R$ 59 bilhões. No total, o déficit previdenciário alcançou R$ 147 bilhões, ou 39% maior, em dez meses.
O déficit nominal do governo central, em 12 meses até outubro, foi de R$ 452 bilhões, com um acréscimo de 124% sobre o mesmo período anterior.
Nos Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais os gastos previdenciários brutos alcançam, 35%, 29% e 28% da receita líquida, respectivamente, e num número expressivo de Estados ultrapassa 20%. E o mais grave: com altas taxas de crescimento anual!
Mesmo que a crise atual tenha se acentuado no período governamental anterior, especialmente nos três Estados citados, e também pela crise econômica nacional, o grande problema estrutural é o previdenciário.
 A principal causa de problema são as aposentadorias precoces, onde cerca da metade dos servidores se aposenta com a idade mínima de 50 anos e uma quarta parte sem essa exigência.
Fala-se muito que não há policiais nas ruas, o que é verdade. Mas a razão para isso é muito simples: os policiais aposentam-se com menos de 50 anos de idade. Segundo Boletim da Secretaria da Fazenda, entre 2010 e 2012, os servidores da segurança pública aumentaram em 2.256, sendo 651 ativos e 1.605 inativos. O ingresso de novos servidores é absorvido, em grande parte, na reposição dos que se aposentam.

 

Como os conservadores querem conservar o que está bem, como se chama os que querem manter o que está mal?
Publicado na Zero Hora de 12/01/2016. Para ler no jornal, clique aqui.

 

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